Felicidade é uma palavra que parece agradar a todos e de valor indispensável. As escolhas da vida humana são questionadas a todos os momentos, e mesmo assim, o que se espera é sempre ser feliz. Se as pessoas forem questionadas sobre o que é felicidade, certamente responderão que é “um estado de espírito” ou “é estar com quem se gosta” ou “viver em um paraíso”, ou ainda “ter muito dinheiro”. Ter uma vida plena é então o objetivo de todas as pessoas. Desta forma, felicidade seria uma espécie de bem estar mental e intelectual, ou apenas a satisfação financeira? Enquanto para muitos, vida plena é a satisfação financeira, para outros felicidade é satisfação intelectual.
Os seres humanos aprendem a resolver cálculos, a resolver problemas teóricos e práticos, a manejar instrumentos, a escrever corretamente, aprendem os conhecimentos históricos, mas na prática não sabem traduzir tudo isso em sabedoria, em saber viver bem, então pensam: “para que tudo isso tem sentido?” Será que é possível aprender a ser feliz? Assim, passam a vida procurando encontrar a felicidade.
O senso comum da nossa sociedade procura encontrar as respostas para os diferentes questionamentos e a utilidade das coisas, considerando que tudo o que tem utilidade é o que traz o prestígio, poder, fama e riqueza. Mas, os sábios filósofos definiam que o conhecimento é a medida de toda a felicidade humana. Que quem encontra a sabedoria, também encontra a felicidade, e não se deixa guiar por ensinamentos falsos.
Sócrates, conhecido como o marco divisor da história da filosofia, desenvolveu o saber em praças públicas, conversando com os jovens e sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Dizia ele, ser necessário unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral. O autoconhecimento era pra ele, é um dos pontos fundamentais para alcançar a sabedoria, por isso fazia uso da célebre frase “Conheça-te a ti mesmo”. Sua filosofia se desenvolvia a partir de diálogos críticos com seus interlocutores, que foram divididos em dois momentos a ironia e a maiêutica. A ironia leva o interlocutor a confessar suas próprias contradições e ignorância e a maiêutica ajuda o interlocutor a conceber suas próprias idéias. Desta forma, segundo Sócrates, “o conhecimento transforma”. O conhecimento conduz a felicidade, a superação de todas as paixões, conduz então ao discernimento.
“Em poucas palavras, o ensinamento ético de Sócrates reside no conhecimento e na felicidade”1. Sócrates acreditava que o conhecimento é capaz de conduzir uma pessoa a felicidade pura e a um mundo sem injustiças, pois, “o conhecimento transforma e não erra. Quem sabe o que é justiça jamais cometerá uma injustiça”. E ele ainda completa dizendo que “só se comete injustiças por ignorância”.
A contribuição de Sócrates consiste então em procurar a felicidade por meio do conhecimento, uma vez que o conhecimento é a base do agir ético e, segundo ele “só erra quem desconhece, de modo que a ignorância é o maior dos males”. E para encontrar o conhecimento verdadeiro é preciso erradicar a ignorância, os enganos e desenganos dos seres humanos, é preciso por meio da educação que se reafirma o compromisso com as verdades, buscando a virtude, pois onde esta a virtude esta a felicidade.
Aristóteles, filósofo posterior a Sócrates e discípulo de Platão, define o homem como um ser racional e considera atividade racional, o ato de pensar, como a essência da natureza humana. E como, para ele
“... o que é próprio de cada coisa é, por natureza, o que há de melhor e de aprazível para ela (...) para o homem a vida conforme a razão é a melhor e a mais aprazível, já que a razão, mais que qualquer outra coisa, é o homem. Donde se conclui que essa vida é também a mais feliz”2.
Para ser feliz, portanto, o homem deve viver de acordo com a sua essência, isto é, de acordo com sua razão, a sua consciência reflexiva. E orientando os atos para uma conduta ética, pois a razão humana conduz o homem à prática da virtude. E a prática da virtude para Aristóteles, é representada pelo meio-termo, a justa medida de equilíbrio entre o excesso e a falta de um atributo qualquer. Felicidade para Aristóteles é a busca de uma vida boa e digna. Uma vida repleta de virtude, é uma vida repleta de razão, de ações retas que conduzem ao discernimento. Mas, segundo Aristóteles a felicidade de um ser humano depende da felicidade de todo um grupo, pois, felicidade é um bem supremo, é o bem viver, o bem agir, e todo bem, só passa a ser realmente um bem se na cabeça de quem o executa assim se constrói.
Então para Aristóteles, a eudaimonia, é fundamentada na ética da política, dos costumes e das leis, em busca do bem comum de toda a sociedade, em busca da felicidade. A eudamonia só será conquistada a partir da mudança dos hábitos e das virtudes. A partir do momento que todos são felizes na vida de prazeres, na vida política, e na vida contemplativa, todos serão felizes. E a para a busca da felicidade é necessário trilhar os caminhos dessas diferentes vidas, conquistando o conhecimento pelo ensinamento da técnica. Pois já dizia ele “quem é virtuoso é sábio”. E, a partir do momento que um homem é capaz de discernir o que é o bem e o mal, ele é um homem virtuoso, e se ele é um homem virtuoso, ele favorece o bem viver coletivo em sociedade.
Já na concepção de Epicuro, a felicidade é decorrência do prazer; de um prazer que nasce da saúde do corpo e da serenidade do espírito. Este estado de alma é atingido segundo seus ensinos pelo conhecimento e controle dos desejos, dentre outras posturas diante da vida. Felicidade para ele é proporcionada pelo equilíbrio, ou seja, a ataraxia, que concilia a dor e o prazer.
Considerando que, dentre os desejos há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros, ainda, para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que esta é a finalidade da vida feliz. Em razão desse fim praticamos todas as nossas ações, para nos afastarmos da dor e do medo. É por essa razão que afirmamos que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz.
A doutrina elaborada por Epicuro procura aperfeiçoar o hedonismo, que é a manifestação das sensações, do sentir-se com prazer. Defendia que o bem não era qualquer prazer, mas os prazeres devidamente selecionados, constituindo assim, uma espécie de hierarquia dos saberes. O supremo prazer era para Epicuro era o prazer intelectual, que se obtinha mediante o domínio das paixões pela razão.
Então se conclui que felicidade é um estado de satisfação humana. Mas, para os filósofos gregos a busca da felicidade estava vinculada a procura do bem supremo e da virtude. Aristóteles faz da felicidade ‘a atividade da alma dirigida pela virtude’, isto é, pelo exercício da virtude e não pelo simples fato de possuí-la. Epicuro dizia que “uma vida feliz é impossível sem a sabedoria, a honestidade e a justiça, e estas, por sua vez, são inseparáveis para uma vida feliz”3. Assim, entende-se que é preciso sobre as coisas que nos trazem a felicidade, porque na verdade, se a tendo, temos tudo, e se não a temos, tudo fazemos para possuí-la, ou seja, sempre estamos à procura da felicidade.
Os seres humanos aprendem a resolver cálculos, a resolver problemas teóricos e práticos, a manejar instrumentos, a escrever corretamente, aprendem os conhecimentos históricos, mas na prática não sabem traduzir tudo isso em sabedoria, em saber viver bem, então pensam: “para que tudo isso tem sentido?” Será que é possível aprender a ser feliz? Assim, passam a vida procurando encontrar a felicidade.
O senso comum da nossa sociedade procura encontrar as respostas para os diferentes questionamentos e a utilidade das coisas, considerando que tudo o que tem utilidade é o que traz o prestígio, poder, fama e riqueza. Mas, os sábios filósofos definiam que o conhecimento é a medida de toda a felicidade humana. Que quem encontra a sabedoria, também encontra a felicidade, e não se deixa guiar por ensinamentos falsos.
Sócrates, conhecido como o marco divisor da história da filosofia, desenvolveu o saber em praças públicas, conversando com os jovens e sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Dizia ele, ser necessário unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral. O autoconhecimento era pra ele, é um dos pontos fundamentais para alcançar a sabedoria, por isso fazia uso da célebre frase “Conheça-te a ti mesmo”. Sua filosofia se desenvolvia a partir de diálogos críticos com seus interlocutores, que foram divididos em dois momentos a ironia e a maiêutica. A ironia leva o interlocutor a confessar suas próprias contradições e ignorância e a maiêutica ajuda o interlocutor a conceber suas próprias idéias. Desta forma, segundo Sócrates, “o conhecimento transforma”. O conhecimento conduz a felicidade, a superação de todas as paixões, conduz então ao discernimento.
“Em poucas palavras, o ensinamento ético de Sócrates reside no conhecimento e na felicidade”1. Sócrates acreditava que o conhecimento é capaz de conduzir uma pessoa a felicidade pura e a um mundo sem injustiças, pois, “o conhecimento transforma e não erra. Quem sabe o que é justiça jamais cometerá uma injustiça”. E ele ainda completa dizendo que “só se comete injustiças por ignorância”.
A contribuição de Sócrates consiste então em procurar a felicidade por meio do conhecimento, uma vez que o conhecimento é a base do agir ético e, segundo ele “só erra quem desconhece, de modo que a ignorância é o maior dos males”. E para encontrar o conhecimento verdadeiro é preciso erradicar a ignorância, os enganos e desenganos dos seres humanos, é preciso por meio da educação que se reafirma o compromisso com as verdades, buscando a virtude, pois onde esta a virtude esta a felicidade.
Aristóteles, filósofo posterior a Sócrates e discípulo de Platão, define o homem como um ser racional e considera atividade racional, o ato de pensar, como a essência da natureza humana. E como, para ele
“... o que é próprio de cada coisa é, por natureza, o que há de melhor e de aprazível para ela (...) para o homem a vida conforme a razão é a melhor e a mais aprazível, já que a razão, mais que qualquer outra coisa, é o homem. Donde se conclui que essa vida é também a mais feliz”2.
Para ser feliz, portanto, o homem deve viver de acordo com a sua essência, isto é, de acordo com sua razão, a sua consciência reflexiva. E orientando os atos para uma conduta ética, pois a razão humana conduz o homem à prática da virtude. E a prática da virtude para Aristóteles, é representada pelo meio-termo, a justa medida de equilíbrio entre o excesso e a falta de um atributo qualquer. Felicidade para Aristóteles é a busca de uma vida boa e digna. Uma vida repleta de virtude, é uma vida repleta de razão, de ações retas que conduzem ao discernimento. Mas, segundo Aristóteles a felicidade de um ser humano depende da felicidade de todo um grupo, pois, felicidade é um bem supremo, é o bem viver, o bem agir, e todo bem, só passa a ser realmente um bem se na cabeça de quem o executa assim se constrói.
Então para Aristóteles, a eudaimonia, é fundamentada na ética da política, dos costumes e das leis, em busca do bem comum de toda a sociedade, em busca da felicidade. A eudamonia só será conquistada a partir da mudança dos hábitos e das virtudes. A partir do momento que todos são felizes na vida de prazeres, na vida política, e na vida contemplativa, todos serão felizes. E a para a busca da felicidade é necessário trilhar os caminhos dessas diferentes vidas, conquistando o conhecimento pelo ensinamento da técnica. Pois já dizia ele “quem é virtuoso é sábio”. E, a partir do momento que um homem é capaz de discernir o que é o bem e o mal, ele é um homem virtuoso, e se ele é um homem virtuoso, ele favorece o bem viver coletivo em sociedade.
Já na concepção de Epicuro, a felicidade é decorrência do prazer; de um prazer que nasce da saúde do corpo e da serenidade do espírito. Este estado de alma é atingido segundo seus ensinos pelo conhecimento e controle dos desejos, dentre outras posturas diante da vida. Felicidade para ele é proporcionada pelo equilíbrio, ou seja, a ataraxia, que concilia a dor e o prazer.
Considerando que, dentre os desejos há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros, ainda, para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que esta é a finalidade da vida feliz. Em razão desse fim praticamos todas as nossas ações, para nos afastarmos da dor e do medo. É por essa razão que afirmamos que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz.
A doutrina elaborada por Epicuro procura aperfeiçoar o hedonismo, que é a manifestação das sensações, do sentir-se com prazer. Defendia que o bem não era qualquer prazer, mas os prazeres devidamente selecionados, constituindo assim, uma espécie de hierarquia dos saberes. O supremo prazer era para Epicuro era o prazer intelectual, que se obtinha mediante o domínio das paixões pela razão.
Então se conclui que felicidade é um estado de satisfação humana. Mas, para os filósofos gregos a busca da felicidade estava vinculada a procura do bem supremo e da virtude. Aristóteles faz da felicidade ‘a atividade da alma dirigida pela virtude’, isto é, pelo exercício da virtude e não pelo simples fato de possuí-la. Epicuro dizia que “uma vida feliz é impossível sem a sabedoria, a honestidade e a justiça, e estas, por sua vez, são inseparáveis para uma vida feliz”3. Assim, entende-se que é preciso sobre as coisas que nos trazem a felicidade, porque na verdade, se a tendo, temos tudo, e se não a temos, tudo fazemos para possuí-la, ou seja, sempre estamos à procura da felicidade.
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